Meio-dia é o melhor horario pra fazer uma cera em frente ao prédio. Grupos discutindo coisas do trabalho aos borbotões saindo do elevador, ocupando a escada, discutindo idiotices. E, claro, mulheres lindas de se ver passar, ainda mais agora, no verão.
Fumo meu cigarro devagar, apreciando essas peculiaridades que só um momento de descontração do atribulado dia-a-dia permite. E quando se vão, deliciosas, subo novamente para terminar algumas pendências. A fome bate...
Como de costume, desço pra almoçar lá pelas 13h. Um bom horário já que os restaurantes a quilo das redondezas começam a ficar menos movimentados.
Cruzo com elas voltando, felizes depois de um bom almoço a devorar um chocolate comprado na loja do vietnamita maluco da Brigadeiro. Avenida que já tem nome de doce.
Resolvo descer. Hora da minha fome. Após ver, pra variar, um taxista fazendo merda, atravesso a rua e caminho tranquilo.
Eis que, na calçada, um daqueles moradores de rua, um pobre diabo corroído pela maldade da metrópole, me interpela.
- Me ajuda, bacana! me dá um passe!
Naquele momento que, como todo paulistano, nos deparamos com uma realidade crua que está ali, à nossa frente todo dia, olho curioso a figura.
- Me dá um passe, me ajuda!
Sem pensar muito, e para seu espanto, ergo minha mão, faço um sinal da cruz sobre a cabeça do individuo e sigo descendo.
Oras... quarta-feira! dia de feijoada.
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