sexta-feira, 8 de maio de 2009

manifesto etílico

O mundo mudou e esse lugar onde fala-se corretamente, debate-se idéias e não picuinhas do BBB 2065, onde o interesse é mais real e menos fútil, onde caráter e respeito não importam e sim ser malako, Djow! Nóis pega as mina e pá, tá ligago? Nóis xera, nóis fuma, nóis comanda as parada na .45, brow!

A regra (moderna) é clara! pra se dar bem, acasalar, ter companhia, descolar um bom emprego, ter grana, etc, tem que virar imbecil!

Num país sem auto-estima, em que as crianças se espelham não mais nos pais, mas em jogadores de futebol, políticos ou traficantes, não é de se esperar que saibam ler ou escrever!!!!

Um país em que caráter é coisa de fracos, incompetentes. Em que não tem espaço pra quem não sabe pisar na cabeça de alguém. E onde se dá bem quem é malandro. Quem está por cima. Quem comanda o "pedaço"

Exigir dessa brasilidade moderna que escrevam certo, que dêem lugar pra idosos no metrô, que não furem fila pra mostrar pra aquela "gatenha" o Malandrex 500Mg que toma todo dia, que não vendam a alma ao diabo pelos R$0,50 errados no troco recebido, é exigir algo que talvez não exista mais.

Os remanescentes desse mundo estão se tornando minoria. E eu espero não estar vivo quando a arte, a cultura, o cinema e a literatura, a bondade e, principalmente, a civilidade dentre tantas outras manifestações do intelecto humano, ficarem restritas a um gueto.

Eu, particularmente, não me surpreendo mais.


Nota pessoal filosófica: Exigir é sempre um exercício de avaliação de quem pode e quem é. Num "mea culpa" exijo um brasileiro melhor. No outro me avalio como merecedor da condição de exigir alguma coisa. Serei eu mesmo um bom brasileiro??