Tem dias que eu digo "não"
Inverno no meu coração
Meu mundo está em tua mão
Frio e garôa na escuridão...
Sem São Paulo
O meu dono é a solidão
Diga "sim"
Que eu digo "não"...(2x)
Tem dias que eu digo "não"
Inverno no meu coração
Meu mundo está em tua mão
Frio e garôa na escuridão...
Sem São Paulo
Oh! Oh! Oh!
O meu dono é a solidão
Diga "sim"
Que eu digo "não"...(2x)
Quem é seu dono?
Ninguém, São Paulo
Quem é seu dono?
Ninguém, São Paulo...
Tem dias que eu digo "não"
Inverno no meu coração
Meu mundo está em tua mão
Frio e garôa na escuridão...
Sem São Paulo
O meu dono é a solidão
Diga "sim"
Que eu digo "não"...(2x)
Desperta São Paulo!
Desperta São Paulo!
domingo, 29 de junho de 2008
sexta-feira, 20 de junho de 2008
quarta-feira, 11 de junho de 2008
domingo, 8 de junho de 2008
Altas Horas
Passa uma nova cantora que foi anunciada minutos antes como uma revelação e etc e tal.
E avalizada por um ícone da MPB chamado Milton Nascimento.
Sinceridade, mesmo com uma música de Max de Castro, eu não achei lá essas coisas.
Fora que eu achei que ia ter uma canja do Milton. E não teve. Ele foi lá só pra ficar sentadinho num banquinho enquanto ela desfiava elogios a ele e este avalizar, dar seu carimbo para que a música de repente apareça numa novela global das 20h.
Viva o Jabá!
E avalizada por um ícone da MPB chamado Milton Nascimento.
Sinceridade, mesmo com uma música de Max de Castro, eu não achei lá essas coisas.
Fora que eu achei que ia ter uma canja do Milton. E não teve. Ele foi lá só pra ficar sentadinho num banquinho enquanto ela desfiava elogios a ele e este avalizar, dar seu carimbo para que a música de repente apareça numa novela global das 20h.
Viva o Jabá!
domingo, 1 de junho de 2008
Da série "Crônicas Aleatórias", Embaixador...
Sebastião Aprigio. Era seu nome verdadeiro. Só o ouvia assim quando numa geral da polícia. No mais era o Tião carroceiro. Aquele que, no sobe e desce de São Paulo, levava papelão e qualquer tipo de lixo que pudesse ser reciclado ou vendido pelo intermediador.
Ao lado o fiel Embaixador. Palavra que nunca soubera o significado. Ouvira uma vez quando um bacana desceu de um carrão e achou que era coisa importante.
E seu cão era digno de receber tal nome, pois era sua companhia 24 horas. Fiel a dormir embaixo da carroça sob o viaduto e falsas estrelas do céu de São Paulo.
Tião era assim. Sobe e desce pelas ruas, catador do lixo deixado pelos abastados.
E olhando pra eles pensava: Um dia chego lá!
Já Embaixador era preguiçoso! Nem gostava muito de acompanhar Tião. Ia na carroça latindo pros engravatados que passavam, garboso, como se fosse mesmo um membro do Itamaraty.
Um dia Tião, parado em frente a uma Casa Lotérica, ouviu Embaixador latir como nunca tinha feito antes. De preguiçoso passou a agitado, abanando o rabo em polvorosa como quem quisesse dizer alguma coisa.
Tião, que o conhecia como ninguém, achou que Embaixador estava dizendo que ele deveria jogar, mas relutou.
- Ora, Cão! Isso é coisa de quem acha que a vida vem fácil!
Mas Embaixador continuou a latir até que Tião, com seus R$1,50 de um dia fraco, entrou na casa lotérica.
Mal sabia ler ou escrever e então pegou um volante da Mega-Sena e marcou números aleatoriamente e entregou ao caixa.
- R$1,50, senhor.
Tião entregou e pegou o comprovante. Guardou na sua humilde carteira de plástico, que também guardava seus documentos e uma foto amarelada de quando era criança.
Com dor no coração pelos suados trocados, partiu para recolher mais papelão pelas ruas. Desceu a Brigadeiro (Luiz Antonio) com Embaixador a bordo.
- Pera, dotô! Dá passagem. Nunca viu Mercedes não?
Com seu bom-humor, seguiu em frente. Parou numa esquina amontoada de lixo, que começou a revirar em busca do que pudesse ser aproveitado.
Embaixador latiu...
- Dá o dinheiro, vagabundo.
- Tenho dinheiro não.
- Dá o dinheiro, filho-da-puta, passa logo!
Embaixador ainda tentou morder o moleque drogado com uma faca na mão.
Tarde demais. O sangue descia pelo corpo maltratado. Ainda deu tempo de ver o resto de sol pálido se pondo antes de encerrar a luz.
Embaixador ainda tentou acordar em vão seu amigo rodeando e roçando a pata em seu rosto.
Longe dali o moleque acendia uma pedra de crack, após jogar a carteira de Tião com o bilhete, mais tarde premiado com 14 milhões, no bueiro.
Ao lado o fiel Embaixador. Palavra que nunca soubera o significado. Ouvira uma vez quando um bacana desceu de um carrão e achou que era coisa importante.
E seu cão era digno de receber tal nome, pois era sua companhia 24 horas. Fiel a dormir embaixo da carroça sob o viaduto e falsas estrelas do céu de São Paulo.
Tião era assim. Sobe e desce pelas ruas, catador do lixo deixado pelos abastados.
E olhando pra eles pensava: Um dia chego lá!
Já Embaixador era preguiçoso! Nem gostava muito de acompanhar Tião. Ia na carroça latindo pros engravatados que passavam, garboso, como se fosse mesmo um membro do Itamaraty.
Um dia Tião, parado em frente a uma Casa Lotérica, ouviu Embaixador latir como nunca tinha feito antes. De preguiçoso passou a agitado, abanando o rabo em polvorosa como quem quisesse dizer alguma coisa.
Tião, que o conhecia como ninguém, achou que Embaixador estava dizendo que ele deveria jogar, mas relutou.
- Ora, Cão! Isso é coisa de quem acha que a vida vem fácil!
Mas Embaixador continuou a latir até que Tião, com seus R$1,50 de um dia fraco, entrou na casa lotérica.
Mal sabia ler ou escrever e então pegou um volante da Mega-Sena e marcou números aleatoriamente e entregou ao caixa.
- R$1,50, senhor.
Tião entregou e pegou o comprovante. Guardou na sua humilde carteira de plástico, que também guardava seus documentos e uma foto amarelada de quando era criança.
Com dor no coração pelos suados trocados, partiu para recolher mais papelão pelas ruas. Desceu a Brigadeiro (Luiz Antonio) com Embaixador a bordo.
- Pera, dotô! Dá passagem. Nunca viu Mercedes não?
Com seu bom-humor, seguiu em frente. Parou numa esquina amontoada de lixo, que começou a revirar em busca do que pudesse ser aproveitado.
Embaixador latiu...
- Dá o dinheiro, vagabundo.
- Tenho dinheiro não.
- Dá o dinheiro, filho-da-puta, passa logo!
Embaixador ainda tentou morder o moleque drogado com uma faca na mão.
Tarde demais. O sangue descia pelo corpo maltratado. Ainda deu tempo de ver o resto de sol pálido se pondo antes de encerrar a luz.
Embaixador ainda tentou acordar em vão seu amigo rodeando e roçando a pata em seu rosto.
Longe dali o moleque acendia uma pedra de crack, após jogar a carteira de Tião com o bilhete, mais tarde premiado com 14 milhões, no bueiro.
Da série "Crônicas Aleatórias", O futum maldito...
Pego o elevador com mais quatro meninas. Uma delas uma delicia de mulher.
A situação foda: O almoço já se transformou em gás na minha barriga e quer furar a camada de ozônio a qualquer custo.
Sinto que não vai dar pra segurar a onda, mas tento manter tudo preso e evitar um maldito futum justo no mesmo elevador da gostosa. O jeito vai ser improvisar caso não dê tempo.
Aproveito que estou perto da mais feinha que embarcou e começo a agilizar uma estilosa "bufa".
Uma "carretilha" nessa hora seria pedir demissão imediata e mudar de cidade.
Com jeitinho faço de conta que vou atender o celular e deixo escapar aquele vapor entalado bem devagar, enquanto me mexo fazendo de conta que converso com meu chefe.
10 segundos gravados. É o tempo do futum ser notado. Aos 8s começo a olhar com cara de repreensão para a feinha do meu lado. Os dois segundos seguintes são apenas para perceber mais dois olhares repressores na mesma direção. Inclusive da gostosa.
Nunca tinha visto um rosto ficar vermelho tão depressa. Abre-se a porta do elevador e a feinha sai em disparada. Penso te-la visto ir correndo em direção ao banheiro. A porta se fecha novamente.
- Que saco... podia ter segurado só mais um pouquinho - disparo.
- Também acho, concorda a gostosa num sorriso para mim.
A situação foda: O almoço já se transformou em gás na minha barriga e quer furar a camada de ozônio a qualquer custo.
Sinto que não vai dar pra segurar a onda, mas tento manter tudo preso e evitar um maldito futum justo no mesmo elevador da gostosa. O jeito vai ser improvisar caso não dê tempo.
Aproveito que estou perto da mais feinha que embarcou e começo a agilizar uma estilosa "bufa".
Uma "carretilha" nessa hora seria pedir demissão imediata e mudar de cidade.
Com jeitinho faço de conta que vou atender o celular e deixo escapar aquele vapor entalado bem devagar, enquanto me mexo fazendo de conta que converso com meu chefe.
10 segundos gravados. É o tempo do futum ser notado. Aos 8s começo a olhar com cara de repreensão para a feinha do meu lado. Os dois segundos seguintes são apenas para perceber mais dois olhares repressores na mesma direção. Inclusive da gostosa.
Nunca tinha visto um rosto ficar vermelho tão depressa. Abre-se a porta do elevador e a feinha sai em disparada. Penso te-la visto ir correndo em direção ao banheiro. A porta se fecha novamente.
- Que saco... podia ter segurado só mais um pouquinho - disparo.
- Também acho, concorda a gostosa num sorriso para mim.
Da série "Crônicas aleatórias"
Meio-dia é o melhor horario pra fazer uma cera em frente ao prédio. Grupos discutindo coisas do trabalho aos borbotões saindo do elevador, ocupando a escada, discutindo idiotices. E, claro, mulheres lindas de se ver passar, ainda mais agora, no verão.
Fumo meu cigarro devagar, apreciando essas peculiaridades que só um momento de descontração do atribulado dia-a-dia permite. E quando se vão, deliciosas, subo novamente para terminar algumas pendências. A fome bate...
Como de costume, desço pra almoçar lá pelas 13h. Um bom horário já que os restaurantes a quilo das redondezas começam a ficar menos movimentados.
Cruzo com elas voltando, felizes depois de um bom almoço a devorar um chocolate comprado na loja do vietnamita maluco da Brigadeiro. Avenida que já tem nome de doce.
Resolvo descer. Hora da minha fome. Após ver, pra variar, um taxista fazendo merda, atravesso a rua e caminho tranquilo.
Eis que, na calçada, um daqueles moradores de rua, um pobre diabo corroído pela maldade da metrópole, me interpela.
- Me ajuda, bacana! me dá um passe!
Naquele momento que, como todo paulistano, nos deparamos com uma realidade crua que está ali, à nossa frente todo dia, olho curioso a figura.
- Me dá um passe, me ajuda!
Sem pensar muito, e para seu espanto, ergo minha mão, faço um sinal da cruz sobre a cabeça do individuo e sigo descendo.
Oras... quarta-feira! dia de feijoada.
Fumo meu cigarro devagar, apreciando essas peculiaridades que só um momento de descontração do atribulado dia-a-dia permite. E quando se vão, deliciosas, subo novamente para terminar algumas pendências. A fome bate...
Como de costume, desço pra almoçar lá pelas 13h. Um bom horário já que os restaurantes a quilo das redondezas começam a ficar menos movimentados.
Cruzo com elas voltando, felizes depois de um bom almoço a devorar um chocolate comprado na loja do vietnamita maluco da Brigadeiro. Avenida que já tem nome de doce.
Resolvo descer. Hora da minha fome. Após ver, pra variar, um taxista fazendo merda, atravesso a rua e caminho tranquilo.
Eis que, na calçada, um daqueles moradores de rua, um pobre diabo corroído pela maldade da metrópole, me interpela.
- Me ajuda, bacana! me dá um passe!
Naquele momento que, como todo paulistano, nos deparamos com uma realidade crua que está ali, à nossa frente todo dia, olho curioso a figura.
- Me dá um passe, me ajuda!
Sem pensar muito, e para seu espanto, ergo minha mão, faço um sinal da cruz sobre a cabeça do individuo e sigo descendo.
Oras... quarta-feira! dia de feijoada.
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