Roman Polanski |
Não é o mais premiado filme de Polanski. Ele venceu o Oscar em 2002 com o seu "O Pianista", que não pode comparecer para receber a estatueta para não ter que apreciá-la atrás das grades. Ao contrário também da maioria das críticas sobre o filme, minha visão sobre ele vêm de assisti-lo no lançamento e depois reassistí-lo várias vezes, e cada uma delas com uma percepção da historia. Ou eu mudei no meio do caminho ou não tinha visto tudo que teria que ver ou imaginar ver.
Lua de Fel é uma viagem para dentro dos enigmas do amor e dos relacionamentos.Chega às vezes a ser doentio e, por isso, cruel como a realidade.
O filme gira em torno de dois casais: Nigel e Fiona (Hugh Grant e Kristin Scott Thomas) e Oscar e Mimi (Peter Coyote e Emmanuelle Seigner) a bordo de um cruzeiro marítimo. Oscar é um escritor paraplégico, casado com a estonteante Mimi. Antes de tudo, o filme é uma viagem para dentro do amor, em todas as suas formas, inclusive a forma psicopata. Nigel fica enlouquecido pela mulher de Oscar, Mimi, e este percebe e aproveita para contar-lhe sobre sua vida com ela. Como se conheceram e como viveram o amor, a paixão, a loucura, a decadência do relacionamento em todos seus detalhes mais íntimos, que vão sendo mostrados em flashbacks. Durante todo filme é possível ver todas as facetas que o amor pode assumir e, mesmo assim, manter unidos um casal. Seja pela paixão, seja pelo rancor, seja pela loucura. Mas ele está lá, o que os torna inseparáveis e ilimitados na sua concepção, prontos para tudo que o mantenha aceso. Para Oscar, é mais um capítulo de uma historia. Para Nigel e fiona, é a despedida de seus lados pudicos e o abraço de seus lados pervertidos, como somente Polanski saberia narrar e conduzir ao seu final surpreendente.
Destaque para a música incidental de Fausto Fawcett com sua "Katia Flavia", que faz parte da trilha sonora do filme.
Não recomendado para os que acham que o amor é um conto de fadas.